A quadrilha presa no início de dezembro sob acusação de vender informações privilegiadas a candidatos de vestibulares de medicina em universidades privadas de Minas Gerais e do Rio de Janeiro também está envolvida em fraudes no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). A revelação foi feita nesta quinta-feira pela Polícia Civil de Minas Gerais, que já indiciou 36 pessoas por golpe em processos seletivos.
De acordo com o delegado Fernando José Barbosa Lima, os integrantes da organização tiveram acesso a provas do caderno amarelo, que teriam sido repassados por um fiscal a um dos chefes da quadrilha instantes antes do exame em Barbacena (MG). Dessa maneira, o grupo podia fazer a prova e repassar as respostas corretas por mensagem no celular ou ponto eletrônico aos candidatos que pagaram a quadrilha. A polícia ainda não sabe quantas pessoas fraudaram o Enem.
A Polícia Federal, que a partir de agora será responsável pelo caso, recebeu da Polícia Civil de Minas mais de trinta gravações de conversas entre membros da quadrilha e mensagens contendo parte dos gabaritos e outras em que eles comemoram o índice de acerto das provas.
Em nota, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), autarquia do Ministério da Educação (MEC) responsável pela realização do exame, afirmou que a segurança do Enem é realizada, antes durante e após a aplicação das provas, com o acompanhamento da Polícia Federal. "Nesse caso especifico, o Inep está acompanhando as investigações, e até o momento, de acordo com a Polícia Federal, não existe qualquer elemento que indique, mesmo de forma pontual, que qualquer candidato tenha sido beneficiado."
O Inep diz ainda que, "conforme prevê o edital do exame, os candidatos identificados, que tiverem utilizado aparelhos eletrônicos durante as provas, serão eliminados".
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