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Cássia Eller com o filho Chicão, ainda bebezinho, e a companheira Maria Eugênia: cena do documentário
Foto: Acervo Pessoal
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Rio - Durante muito tempo, a ex-companheira de Cássia Eller não estava
autorizando ninguém a produzir nada sobre a cantora. “O Francisco (o
Chicão, filho de Cássia) estava muito novo e eu tinha tido experiências
desagradáveis, como o livro ‘Apenas Uma Garotinha’, escrito por dois
jornalistas de São Paulo muito legais, mas considero que não ficou à
altura da Cássia, ficou meio superficial. Ela merecia uma coisa melhor e
agora tem um produto que faz jus a ela”, considera Maria Eugênia, sobre
o filme ‘Cássia Eller’, já exibido no Festival do Rio e que entra em
cartaz na cidade hoje, em pré-estreia (a entrada em grande circuito está
marcada para dia 29).
Se depender de Eugênia, o longa, dirigido por Paulo
Henrique Fontenelle (de ‘Loki’, sobre o músico Arnaldo Baptista), não
será o único produto que os fãs da cantora terão o prazer de desfrutar.
“Há, sim, um disco inédito da Cássia, com o guitarrista Victor Biglione.
Nunca foi lançado porque até hoje foi respeitada uma vontade da Cássia,
que dizia que não era bom, que a voz dela não estava legal”, explica.
“Mas, realmente, o disco tem muitas coisas legais, eu gosto bastante. Da
minha parte, não haveria impedimento, mas agora tem o Chico entrando
nessa história, ele fez 21 anos em 2014 e passa a ser ele quem bate o
martelo sobre o trabalho da mãe. Particularmente, acredito que é um
trabalho que vai acabar saindo.”
Cássia, de fato, teve várias
oportunidades em vida para soltar esse material, mas, pena, morreu cedo
demais. “Desde que eu a conheci, ela dizia que morreria cedo, ela tinha
essa sensibilidade. Eu morria de rir quando ela falava isso, ela era um
poço de saúde, era muito forte. Eu dizia que ela é que iria mijar na
minha cova!”, recorda Maria Eugênia. “Ela gostava muito de esportes,
andava de skate, adorava jogar bola, nas turnês ela jogava com a banda.
Mas, claro, a paixão e a fissura eram com a música.”
Cássia Eller foi indiscutivelmente
insubstituível. Eugênia lamenta o momento pelo qual passa o cenário
musical. “Está muito pobre, eu sinceramente não sei o que está
acontecendo. Até tem algumas cantoras legais, mas elas não conseguem uma
projeção, como a Cássia conseguiu, depois de muita batalha, diga-se de
passagem”, ressalta. “Claro que ela era de uma época diferente, agora
está tudo muito dominado, no Brasil só o que vende é sertanejo, música
baiana e funk. Fora isso, as coisas não aparecem, aí fica parecendo que
não tem ninguém. Gosto da Julia Vargas, de Niterói, que não tem nada a
ver com a Cássia, mas é uma intérprete maravilhosa. Gosto também da
Mariana Aydar. Sim, os tempos são outros, mas quero muito acreditar que
ainda virá por aí uma nova geração de grandes talentos.”
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