Lais Souza está fazendo tratamento agora em São Paulo (Foto: Reprodução SporTV) |
De volta ao Brasil desde o fim do ano passado, Lais Souza tem buscado se
readaptar ao país desde que sofreu o grave acidente que a deixou tetraplégica.
Em entrevistas recentes, tem falado sobre os desafios que está enfrentando para
voltar a andar. Na edição deste mês da revista "TPM", ela também
comentou sobre sua vida pessoal. Em um dos trechos da reportagem, a ex-ginasta
revelou ser homossexual e atualmente ter um relacionamento.
- Eu tenho uma namorada, sou gay há alguns anos. Já tive namorados, mas hoje estou gay - disse a jovem.
Lais também falou sobre o fato de voltar a conviver diariamente com sua mãe,
Odete, desde que deixou os Estados Unidos. Ela contou que é a própria mãe quem
tem lhe dado banho, colocado fralda e dado comida. Embora mantenha sempre um
sorriso no rosto e discurso otimista, a jovem admite que, às vezes, também
precisa lidar com o sofrimento.
- Mãe, por que comigo? - ela diz se perguntar.
Na entrevista, Lais conta que a proposta da Confederação Brasileira de
Desportos na Neve para fazer testes foi "estranha e sedutora". Ela nunca
havia estado na neve antes de receber o convite. A ex-ginasta achou que
seria fácil, mas sentiu medo ao assistir vídeos dos saltos de atletas
que chegam a uma altura de um prédio de cinco andares. Em sua primeira
competição, em um frio de 21 graus abaixo de zero, na Finlândia, rolou
rampa abaixo depois de executar a manobra.
Lais conta que treinava freadas bruscas no dia do acidente, 27 de janeiro de 2014, em Salt Lake City. Notou que estava muito rápida e que a última coisa que lembra antes de bater em uma árvore foi virar para avisar a companheira Josi Santos para ir mais devagar. Uma torção na coluna cervical lhe tirava os movimentos dos braços e pernas.
Lais conta que treinava freadas bruscas no dia do acidente, 27 de janeiro de 2014, em Salt Lake City. Notou que estava muito rápida e que a última coisa que lembra antes de bater em uma árvore foi virar para avisar a companheira Josi Santos para ir mais devagar. Uma torção na coluna cervical lhe tirava os movimentos dos braços e pernas.
Lais superou o risco de morte, passou por cirurgias para realinhar a
coluna. Conseguiu respirar sem a ajuda de aparelhos e deixou a UTI,
sendo depois transferida para o Jackson Memorial Hospital, em Miami,
aonde iniciou um tratamento para voltar a ter sensibilidade abaixo dos
ombros. Lais mostra esperança. As células-tronco são injetadas na coluna
na altura da lesão, entre as vértebras C2 e C3.
- Que seja um dedo, já está valendo!
- Que seja um dedo, já está valendo!
Na semana passada, em entrevista ao SporTV, ela cogitou pela primeira vez se encaixar em alguma
modalidade paralímpica. Segundo a própria atleta, os movimentos que
consegue fazer ainda são pequenos para sonhar ser competitiva, mas ela
não pensa em desistir:
- Ainda não tem um esporte que eu consiga
me encaixar porque meu movimento é muito pequeno, mas a gente está de
olho em alguma coisa. Vamos ver alguma coisa com remo ou bike. Ainda
estamos encaminhando, são projetos e talvez eu consiga me encaixar em
alguma coisa - disse a atleta de 26 anos, que já consegue sentir algumas
partes dos pés e da perna, algo impensável após o acidente.
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