O senador José Agripino (RN), presidente do DEM (Foto: Pedro França/Ag.Senado) |
Como Agripino tem foro privilegiado (em razão da condição de senador), a
abertura de investigações precisa ser autorizada pelo STF. O pedido da
PGR é para que o parlamentar seja investigado por suposto crime de
corrupção passiva. A decisão de abrir ou não o inquérito será tomada
pela ministra Cármen Lúcia.
Em nota divulgada nesta segunda-feira (leia a íntegra ao final desta reportagem),
o senador José Agripino afirmou desconhecer "o teor da suposta
acusação". Na nota, Agripino também destaca que o ex-procurador-geral da
República Roberto Gurgel arquivou, em 2012, pedido de investigação
contra ele encaminhado pelo MPF do Rio Grande do Norte. "Estaria eu
sendo objeto de denúncia de igual teor à que a Procuradoria Geral da
República já teria apurado e arquivado? Por que razão estes fatos, que
não são novos, estariam sendo retomados neste momento?", questionou.
Ao G1, Agripino disse por telefone que não foi
informado sobre o pedido de abertura de inquérito pela PGR e que,
portanto, não poderia se manifestar a respeito. "Eu desconheço o
assunto. O que posso dizer é que não fui informado de nada", afirmou.
Operação Sinal Fechado
O caso começou a ser investigado em 2011 pela Polícia Federal, na Operação Sinal Fechado, e voltou a ser abordado pela PGR devido a novos elementos trazidos às investigações após depoimento com base em acordo de delação premiada do advogado e empresário George Olímpio, que ocorreu somente em agosto do ano passado.
O caso começou a ser investigado em 2011 pela Polícia Federal, na Operação Sinal Fechado, e voltou a ser abordado pela PGR devido a novos elementos trazidos às investigações após depoimento com base em acordo de delação premiada do advogado e empresário George Olímpio, que ocorreu somente em agosto do ano passado.
Olímpio teria feito pagamento de propina a políticos e deputados para
viabilizar a aprovação, na Assembleia Legislativa do Rio Grande do
Norte, da inspeção veicular no estado.
Em 2011, na deflagração da Operação Sinal Fechado, 12 pessoas foram
presas, dentre as quais o próprio empresário - no total, 27 foram
denunciadas pelo Ministério Público. A Justiça acatou a denúncia.
Neste domingo (22), o “Fantástico” divulgou trecho do depoimento do
empresário George Olímpio (veja no vídeo acima), em que ele afirma que
Agripino pediu R$ 1 milhão para a campanha política de 2010, doação que
teria sido feita com ajuda de um agiota. Ao MP, ele disse que pagou o
dinheiro supostamente solicitado pelo senador por temer que o DEM pudesse prejudicar a tramitação da proposta, caso conseguisse eleger Rosalba Ciarlini governadora.
Ao "Fantástico", José Agripino afirmou: "Eu nunca pedi nenhum dinheiro,
nenhum valor a George Olímpio. E conforme ele próprio declarou em
cartório, não me deu R$ 1 milhão coisíssima nenhuma".
O senador enviou ao "Fantástico" o documento de 2012, que George
Olímpio teria registrado em cartório. “É uma infâmia, uma falta de
verdade. Está completamente falso e faltando com a verdade”, disse
Agripino.
O pedido de abertura de inquérito para investigar Agripino no Supremo
foi enviado pela PGR ao Supremo juntamente com pedido de o procurador
Rodrigo Janot para que o Supremo valide a delação premiada do advogado.
No STF, os desdobramentos da Operação Sinal Fechado estão em um
processo oculto, considerado extremamente secreto e que tramita em
papel, sem constar do andamento processual eletrônico. Isso porque, por
lei, a delação premiada é sigilosa.
Nota
Leia abaixo a íntegra da nota divulgada pelo senador José Agripino.
Leia abaixo a íntegra da nota divulgada pelo senador José Agripino.
NOTA DO SENADOR JOSÉ AGRIPINO SOBRE A REPORTAGEM DO FANTÁSTICO DESTE DOMINGO (22)
Desconheço o teor da suposta acusação de que sou vítima.
Estaria eu sendo acusado pelo suposto delator de fatos que ele próprio, recente e voluntariamente, contestou e negou em testemunhal registrado em cartório no Rio Grande do Norte?
Estaria eu sendo objeto de denúncia de igual teor à que a Procuradoria Geral da República já teria apurado e arquivado?
Por que razão estes fatos, que não são novos, estariam sendo retomados neste momento?
Senador José Agripino (RN)
Desconheço o teor da suposta acusação de que sou vítima.
Estaria eu sendo acusado pelo suposto delator de fatos que ele próprio, recente e voluntariamente, contestou e negou em testemunhal registrado em cartório no Rio Grande do Norte?
Estaria eu sendo objeto de denúncia de igual teor à que a Procuradoria Geral da República já teria apurado e arquivado?
Por que razão estes fatos, que não são novos, estariam sendo retomados neste momento?
Senador José Agripino (RN)
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