Rosalba Ciarlini foi condenada pela Justiça Federal (Foto: Canindé Soares/G1) |
A ex-governadora do Rio Grande do Norte
Rosalba Ciarlini foi condenada a ressarcir a União em R$ 12.710 por ter
atestado obras de esgotamento sanitário que não foram adequadamente
executadas no tempo em que foi prefeita da cidade de Mossoró. A
sentença, que já transitou em julgado, foi resultado de uma ação de
ressarcimento feita pelo Ministério Público Federal (MPF). O valor será
corrigido de acordo com a Taxa Selic.
O valor a ser ressarcido representa parte dos recursos enviados pelo Ministério das Cidades à Prefeitura de Mossoró,
como resultado de um convênio assinado no ano de 2000, com vistas à
execução de obras de esgotamento sanitário da chamada “Bacia 06, trecho
I”. A quantia repassada, somada à contrapartida do Município e a um
aditamento, totalizou R$ 1,2 milhão.
A ação do MPF, de autoria do procurador da República Fernando Rocha e
que estava sob a responsabilidade do procurador Emanuel Ferreira,
tramitou na Justiça Federal e indicou que parte do recurso não foi
devidamente aplicado, tendo em vista que uma fiscalização promovida pela
Controladoria Geral da União (CGU) em 2009 constatou irregularidades
nas obras.
Foram identificados serviços com baixa qualidade e especificações
diferentes das estabelecidas no plano de trabalho. A equipe da CGU
relatou ainda a existência de serviços medidos e atestados pela
ex-prefeita como concluídos, mas que não foram localizados, o que
refletiu-se em superfaturamento.
Os itens não encontrados incluem várias unidades de “poços de visitas”.
De acordo com a Justiça, embora tendo sustentado que a obra foi
realizada por completo, em momento algum a Prefeitura conseguiu
comprovar algum equívoco no relatório dos fiscais da CGU.
A equipe de fiscalização da Controladoria também observou outras
irregularidades. A grande maioria dos “poços de visitas” executados
receberam tampas de concreto e não de ferro como estava previsto,
trazendo prejuízos quanto à durabilidade. Além disso, verificou-se que
os serviços de recomposição do pavimento não foram feitos com qualidade
satisfatória, pois alguns trechos apresentam problemas de ondulações.
“(...) restaram demonstradas no feito, sobretudo em função dos
relatórios técnicos de acompanhamento da obra, que, além de diversas
outras irregularidades, houve alteração do objeto do convênio sem a
prévia anuência do órgão concedente, consistente no uso de material
diverso do que foi pactuado, fato que, em última análise, aponta para o
deliberado descumprimento dos termos conveniados”, concluiu a juíza
Federal Moniky Mayara Dantas.
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