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Walfredo enfrenta maior superlotação desde crise de 2012

No VNT da Tribuna do Norte - 09/09/2015
Ontem a tarde, 54 pessoas estavam acomodadas em macas nos corredores do Walfredo Gurgel (Foto: Júnior Santos)

A superlotação permanente do Hospital Estadual  Monsenhor Walfredo Gurgel (HWG) – maior do Rio Grande do Norte, tomou novos contornos após o feriado da independência: na tarde de ontem (8), 96 pacientes estavam em macas no hospital. Destes, 54 estão no corredor e outros 42 em macas em outros locais. A diretora geral do HWG,  Maria de Fátima Pereira, reconhece os problemas e os atribui  à elevada quantidade de pacientes para a demanda suportada pelo hospital. “Essa é uma das piores situações desde 2012, quando assumi a diretoria”, disse. 

Durante o feriado, o Walfredo Gurgel recebeu  197 pacientes para internação, segundo a diretora. “Todo feriado, seja na segunda-feira ou na sexta,  o hospital fica nessa situação, infelizmente. O Walfredo tem 284 leitos no total,  e todos que estiverem internados em maca no pronto-socorro está inadequado.  Eles deveriam estar em uma cama, de forma decente e organizada, digna e não em macas”, lamentou.  

A reportagem da TRIBUNA DO NORTE percorreu os corredores do Pronto Socorro Clóvis Sarinho, parte do Walfredo Gurgel. Durante a visita, foi constatada a superlotação. Do lado esquerdo e direito da maioria dos corredores, a cena é a mesma: pacientes em cima de macas disputam um lugar nos estreitos no corredores. No espaço que sobra entre as macas,  a equipe médica se estreita junto aos familiares para assistir aos pacientes, muitos com fratutas expostas. Lugares inusitados também recebem pacientes: a maior parte do hall de um dos elevadores e salas improvisadas eram ocupadas por pessoas. 
O Walfredo Gurgel tem hoje a maior quantidade de pacientes em macas em 11 semanas, segundo o  Sindicato dos Servidores da Saúde do RN (Sindsaúde/RN). Até ontem de manhã, eram 92 pacientes em macas. A coordenação do sindicato alega que alguns pacientes estavam sendo atendidos no chão durante o feriado. “Ontem havia pacientes deitados no chão, em colchões, porque não havia sequer mais macas”, afirmou vice-coordenador do Sindsaúde-RN e enfermeiro do hospital, Manoel Egídio Jr. A diretoria do hospital desconhece a situação. “Não tenho conhecimento sobre pacientes no chão. Pedi a minha equipe para rodar o hospital inteiro quando soube disso e não tinha nada”, afirmou Fátima.  

Segundo a diretora, o hospital está em uma situação crítica devido a problemas que ainda não foram resolvidos. Ela cita que um deles é o excesso de pacientes à espera por cirurgias ortopédicas. Maria de Fátima explica que existem pacientes esperando há mais de 30 dias por uma cirurgia. “Apesar dos contratos terem sido renovados, não estamos dando conta da demanda. Eu peço que todos os órgãos façam alguma coisa. Nesse feriado, o índice de acidentes de moto é absurdo,  como tantos pacientes conseguem dirigir embriagados eu não sei, falta fiscalização”, reclamou.  

Ela também citou  a suspensão das cirurgias eletivas que eram realizadas no Hospital Médico Cirúrgico (HMC), desde janeiro de 2015. A diretora afirmou que a greve dos servidores da saúde estadual, que já dura 30 dias, também é um dos fatores que agravam a situação. “Se eu tenho a metade dos técnicos de enfermagem tomando conta da superlotação, claro que isso vai contribuir para piorar a assistência”, disse.  

A diretora espera também que com a proposta da Secretaria de Saúde Pública (Sesap) de regionalização da saúde nos municípios reflita em uma menor procura pelo Hospital Walfredo Gurgel e diminua a carga de pacientes. “As ambulâncias do interior  deixam os pacientes aqui pois muitas vezes os da sua cidade ou estão fechados ou não podem receber. Acredito que as coisas podem melhorar mesmo com a regionalização, onde cada um cuide do que é seu”, ponderou.   

O secretário de Saúde do Estado, Ricardo Lagreca, por meio da assessoria de imprensa do órgão, também acredita que a regionalização será uma solução para a superlotação do Walfredo. A expectativa é que o programa seja lançado em outubro deste ano. 

No feriado de independência, 10 macas da SAMU ficaram retidas no HWG.  Ontem, quatro estavam retidas “Não tenha dúvidas de que as ambulâncias ficam retidas, pois a única porta escancarada no feriado é a nossa para trauma. Eu não tenho onde colocar doente e não posso colocar no chão. Infelizmente ela fica presa. Hoje, a gente conseguiu transferir pacientes, mas não é sempre que se consegue”, explicou a diretora Fátima Pereira.


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