No VNT do Nominuto
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| Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil |
A senadora Fátima Bezerra (PT) fez, no Plenário do Senado, no final da tarde desta quarta-feira (11), a defesa de seu voto contra o que considera um golpe, durante a sessão para analisar a admissibilidade do pedido de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff. A parlamentar foi a 22ª a discursar, encerrando o segundo bloco da sessão.
Fátima voltou a afirmar que não há crimes de responsabilidade e nem existe dolo praticados por Dilma, como exige a Constituição para afastar legalmente um presidente da República e que por isso, o Congresso Nacional transformou-se em um tribunal de exceção. Para a senadora, a falta de base legal foi demonstrada pelo advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo, e reafirmada não só por juristas notáveis, mas também pelo secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), Luiz Almagro, e pelo presidente da Corte Interamericana de Direitos Humanos, Roberto Caldas.
A senadora fez questão de relembrar que o que chamou o tempo todo de "golpe" teve início a partir da atitude do senador Aécio Neves e de seu partido, o PSDB. Para ela, a oposição não acatou o resultado das urnas e se uniu a Eduardo Cunha e Michel Temer. “Era de se esperar que um partido como o Democratas, que traz em seu DNA a marca de ter sustentado a ditadura militar, fizesse parte do consórcio golpista. Era de se esperar que a mídia conservadora, que apoiou o golpe de 1964, se transformasse em instrumento de agitação e propaganda do movimento golpista. Mas é lamentável ver o PSDB, por sua tradição, adentrar na lata de lixo da história dessa maneira, liderando este golpe de Estado travestido de impeachment. O PSDB e o senhor Aécio Neves entram neste momento para a história, como os coveiros da democracia”, ressaltou a parlamentar.
Fátima fez um balanço do legado que deixam os governos Lula e Dilma, especialmente na área de educação. Ela citou o Fundeb, a Lei do Piso Salarial Nacional de Professores, o programa bolsa família, a expansão da educação profissional e tecnológica, a criação de 18 novas universidades federais e de mais de uma centena de novos campi como grandes conquistas na área de educação. “Mas eu arriscaria dizer, Sr. Presidente, que o Plano Nacional de Educação, que destina 10% do PIB para o setor e a lei que reserva 75% dos royalties do petróleo para a educação e 50% do fundo social do pré-sal para educação e saúde foram as duas principais conquistas da sociedade brasileira desde a promulgação da Constituição de 88”.
Para Fátima, que é professora e que sempre dedicou seus mandatos parlamentares à melhoria da qualidade do ensino no Brasil, lutar contra o golpe é lutar em defesa da educação brasileira. Por isso, fez de seu voto um tributo à memória de grandes mestres da educação brasileira, como Paulo Freire, Anísio Teixeira, Darcy Ribeiro e Florestan Fernandes. “Farei do meu voto uma convocatória aos estudantes, professores, juristas, artistas, intelectuais e a cada trabalhador e trabalhadora brasileira, para que não desistam da luta em defesa da democracia. Viva Luiz Inácio Lula da Silva! Viva Dilma Vana Rousseff! Sairemos deste jogo de cartas marcadas ainda mais dispostos a lutar, pois não há derrota definitiva para quem assume o lado certo da história. Os golpistas não serão perdoados jamais! Não ao golpe! Em defesa da democracia, ousar lutar, ousar vencer!”, concluiu a senadora, com a voz embargada.



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