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Comoção, luto e aplausos: Gil volta a Nova Cruz, RN para seguir na eternidade

No VNT do GE - 04/12/2016
RN - velório Gil Chapecoense Nova Cruz (Foto: Andrea Tavares/GloboEsporte.com)
Corpo de Gil foi levado ao cemitério de Nova Cruz pelo Corpo de Bombeiros (Foto: Andrea Tavares/GloboEsporte.com)
Comoção, luto e aplausos. A cidade de Nova Cruz, distante a 93 Km de Natal, viveu um dia de luto. O velório e o sepultamento do volante Gil, que morreu no trágico acidente aéreo com a delegação da Chapecoense, a caminho de Medellín, na Colômbia, causou um clima de consternação nos moradores da pequena cidade do interior do Rio Grande do Norte. Amigos, familiares, ex-companheiros de clubes pelos quais Gil jogou e uma multidão estiveram no ginásio Giovanna de Azevedo Targino para dar o último adeus e homenagear o jogador, que aos 29 anos, deixa mulher e duas filhas, um de cinco e outra de três anos.

O dia foi de expectativa para a chegada do corpo de Gil. Em voo comercial, o desembarque em Natal aconteceu por volta das 13h30. Do Aeroporto Internacional Aluízio Alves, o cortejo partiu para Nova Cruz. Quase quatro horas, uma multidão aos prantos estava aguardando o ex-jogador. A família foi a primeira a entrar no ginásio e ficou em profundo choro por cerca de uma hora. Logo depois, os portões foram abertos para a comoção da população novacruzense.

Às 19h, o corpo foi retirado do ginásio municipal e levado em cortejo fúnebre em um carro do Corpo de Bombeiros. A emoção tomou conta da cidade, que lavou as ruas até o cemitério público com as lágrimas de dor pela perda do filho mais ilustre.
RN - velório Gil Chapecoense Nova Cruz (Foto: Andrea Tavares/GloboEsporte.com)
Segundo a PM, mais de 10 mil pessoas estiveram no velório e enterro de Gil (Foto: Andrea Tavares/GloboEsporte.com)
Entre os jogadores presentes, o também volante Judson, do Avaí, e que vestiu a camisa do América-RN. Abalado, o atleta lembrou da amizade com Gil e de outro jogador da Chape, o meia Arthur Maia, com quem jogou no Alvirrubro, em 2014. Ele contou que ainda não estava acreditando em tudo que ocorreu e pediu orações aos familiares de Gil.

Judson (Foto: Norton Rafael/NOVO)
- A gente fica um pouco sem noção das coisas. Até a última sexta, eu ainda não tinha acreditado em tudo isso que aconteceu. A gente que é jogador fica viajando toda semana, sempre pegando voos, e por tudo que estava acontecendo de bom com o time da Chapecoense e saber de uma notícia como essa... Da maneira que eles estavam jogando, eles estavam sendo espelho para muitos times. O Arthur (Maia) jogou comigo no América-RN em 2014, um cara super dedicado ao trabalho, profissional, ótimo jogador. O Gil era meu vizinho de cidade, porque eu moro a 40 minutos daqui. A gente fica muito triste por toda essa situação. Poderia ser com a gente também . Esse momento é de confortar a família, se apegar ainda mais a Deus nesse momento muito difícil - lamentou o jogador.

Os meias Robinho e Rafinha, do Cruzeiro, criaram fortes laços de amizade com o volante Gil durante a carreira. Robinho e Gil jogaram quatro anos juntos, e por dois anos dividiram o mesmo quarto na época do Mogi Mirim. 

- Gil me ensinou a ser um homem melhor, um amigo melhor, um pai melhor. Aprendi muitas coisas com ele e vou levar para o resto da vida. Sempre foi um cara muito humilde - declarou.

Rafinha (esq.) jogou com o amigo Gil no Coritiba Foto: Gabriel Hamilko / GloboEsporte.com)
Rafinha também se emocionou ao falar sobre Gil, com quem dividiu quarto e diversas concentrações no período do Coritiba.

- Foi o melhor amigo que fiz no futebol. Em toda a minha carreira nunca conheci uma pessoa igual ao Gil. Éramos parceiros de quarto, concentrávamos juntos (no Coritiba), e costumava falar que ficava mais com ele do que com a própria esposa. Era um cara fantástico - disse Rafinha.
O meia Thiaguinho jogou com Gil na época do Mogi Mirim e lamenta a perda do amigo e recorda os ensinamentos adquiridos durante o período em que estiveram juntos no interior de São Paulo. 

- Um cara muito humilde, nunca vi no meio do futebol um cara com tamanha humildade, sempre pensando no próximo, sempre querendo ajudar. Todo mundo gostava dele. Sempre falava de Nova Cruz, respeitava a famílias e os amigos - lamentou.

Dinha foi técnico de Gil na infância, em Nova Cruz (Foto: Norton Rafael/NOVO)
O primeiro treinador de Gil, Dinha, lamentou a perda do amigo. Ainda na infância, o professor coordenou uma escolinha de futebol em que o ex-jogador potiguar fez parte. Emocionado, Dinha recordou os bons momentos que esteve ao lado do volante da Chapecoense e das assistências pessoais que recebeu do eterno "camisa 8" potiguar.

- Realmente, eu fiquei muito triste. Isso foi uma fatalidade, é um destino ninguém evita. Também fiquei triste porque ele foi da minha escolinha. Na época, ele tinha 11 anos e quando tinha jogo na televisão, a gente via ele jogando pela Coritiba e Chape e ficava feliz por torcer que ele era de Nova Cruz. Tudo isso nos deixa motivado, mas é o destino. O que ficou marcado foi quando a gente conseguiu levar essa escolinha para Natal no CT do América-RN e do ABC. Estavam Moura e Severinho. Uma vez eu pedi uma ajuda e quando ele esteve em Nova Cruz, me ajudou realmente. Isso me deixou muito feliz. Gil tinha muito futuro. Ninguém ensina ninguém a jogar. Eu só fiz orientar. Realmente, ele merecia estar onde chegou - conta Dinha.
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