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O Carro de Boi

O Carro de Boi

Lá vem o carro de boi
com a sua cantiga
que dá vida à cidade...
Seria Vertente ou seria vertigem essa dor que fica,
Que daria maior vivacidade à lida?

Lá vem o carro de boi...
Viria dos Seixos ou do Gravatá,
do Retiro de Seu Olival
ou seria do Timbó?

Seu Nilton de dona Clarice tinha um carro de boi.
Aquele carro de boi cantava para se ouvir de léguas...
Vinha lotado de cana, de manivas ou de sacas de algodão.

Jundiá de Cima tinha carro de boi...
Vinha lotado de balaios de mangas maduras, rosa e espada
Trazia até sacos de laranja, umbus e graviolas.
Lembro-me das pencas de bananas da terra,
dos caçuás de cheios de jerimum-caboclo...

Carro de boi quando roda
Mais parece uma saudade doída. A dor é pungente.
Já parou para reparar o sentido que isso faz?
Oh, saudade tenha o dó, não faça a gente penar!

Lembro-me daquela Várzea que vinha do interior
de um tempo aonde se ia devagar, de mansinho...
mas havia mais tempo para ver e entender as coisas simples...

Porque é nelas, nas coisas simples, aonde se encontra o sentido da vida.


Simplicidade...
Carro de boi mexe com a alma da gente, é algo que tem magia,
é um rangido solene que enriquece a estrada de chão,
lá para as bandas do Seu Antonio Quilara.
Quero guardar para sempre aquele doce gemido.
Oh, carro de carro de boi do arisco,
Ele vinha de lá das bandas de Seu Chico Cruz.
Mas o progresso carrega tudo.
Leva os bois e os carros, dá até rasteira na vida de muita gente,
Só não dá fim à saudade que tripudia, que pisa e sapateia no couro da gente,
Sem tréguas...As rodas ficam em algum lugar, esquecidas.
Soltas ou amarradas na cumeeira do tempo... tempo de carros-de-boi.

Todos transportando esperanças novas... lembranças.
carro de boi do Seu Tito, carregado de mandioca e farinha.
Alicerçando sonhos de uma nova Várzea, nossas raízes.
Andei de carro de boi, e contemplava a paisagem...
Viagem de légua-e-meia de Santa Fé até ao centro da cidade.
Tempos bons, tempos idos, velha infância.

Não darei nomes aos bois - Eh, ê boi da saudade!


Autor: JOÃO MARIA LUDUGERO DA SILVA (14/11/2008).

Texto de João Maria Ludugero para o VNT Oline, em 14/11/2008
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