ENTARDECERES
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Autor: Ludugero, em 03/02/2009.
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O tempo serenou junto aos campos do Vapor
Eu vejo os olhos do boi acesos em minha direção
levantam-se lentamente as lavandeiras do rio
Os canários de chão e os colibris sentem-se em casa
verem-se presentes no trono de Deus.
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Nos roçados nos arados as ramas
e os jerimuns se derramam em flor,
prenúncio de boa safra
o algodoeiro já traz formado o seu casulo
as espigas de milho se sobressaem
em meio ao verde da roça, o viço
o tempo não se cansa a fazer crescer
os maxixes, os melões e as melancias
no cio da terra
a boa nova sempre aparece
no traçado do solo de tamanha riqueza
e ao cair da tarde já se pode ver
os relâmpagos no poente esbraseado
os bois e os cavalos avançam
em direcção ao rio Joca,
O rio está cheio de jundiás, curimatãs e muçuns
para a alegria da minha gente varzeana.
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Nas águas do açude do Calango
venho me banhar
vejo-me como que num espelho gigante
a reluzir o sol amarelo-alaranjado
a paisagem no fim da tarde
e em cor de ouro escalo os paredões do paraíso,
A beleza do lugar me faz jornada, limpo a vista
deitado na relva, ouço o crescer do capim
o cheiro dos marmeleiros
eu agradeço a Deus
por tanta dádiva
eu abraço meu gibão de couro
como que apóstolo da chuva,
benditas águas
que tornam sagrado esse solo,
meu querido rincão,
minha Várzea !
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VNT Online, postado em 12/02/2009
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