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MEU PEQUENO SAMBURÁ

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MEU PEQUENO SAMBURÁ
Autor: Ludugero, 13/02/2009.
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Muitos varzeanos sequer tinham nascido
e eu já havia galgado paredões
de açudes eu já sabia nadar
nas águas do rio
de Nozinho eu já sabia até pescar
e o saldo da pescaria era até razoável,
pois a gente levava para casa
graúdas aratanhas e o samburá
cheio de carás e jacundás
Eu que bebi das águas do Calango
eu vi tejuaçus pelo mato
eu fui camaleão me confundi no
meio da folhagem,
furtei-cores, morri de amores
eu vi o sol nascer,
abri tantas porteiras e passei embaixo de arames farpados,
sossegado ouvi o rumor
das cachoeiras, do gado a beber
atravessei o rio Joca
como quem flutua
num ritmado mergulho
de lavar a alma...
na casa de farinha
descasquei minhas macaxeiras
carreguei minhas melancias
num enamoramento à terra fértil
num endeusamento ao sol e à chuva.
eu fui luar na noite mais escura
eu fui o carro encantado
da Fazenda do Vapor
buscando o cintilar de estrelas cadentes
eu visitei a cruz e chorei
no rio da Cruz, rezei
no rio frio e lamacento
onde a vida acontece e se perpetua.
Ainda trago comigo um rio de lembranças
eu ainda afago comigo a flor do maracujá
uma Várzea repleta de amores
Uma Várzea que irriga meu peito, flor da paixão
uma saudade imensa...
Uma cacimba perene
que não seca nunca os meus
vertentes
olhos d'água!
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Beto Bello

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