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CARMIM
















Autor: João Maria Ludugero

Afoito, eu  me derramo todo, 
Capilares e veias, avanço
Em lento sangradouro,
Absorto, em refluxo, escorro
Além do paredão da  represa 
Eu açudeio nesse Calango
De lembranças e água verde

Logo, o interior me chama,
Descambo para o coração,  
Percorro de olhos fechados
Teus caminhos encarnados,
Buscando a tua boca de carmim, 
Como se o céu beijasse o chão
Como se toda luz nascesse dela
A pronunciar seus lábios famintos

Enquanto permaneço lúcido,
Ávido e louco me exponho
Esperando acordado sem cansar
Que venhas e que me abraces
Deitando em mim teus
Sonhados beijos latentes
A céu aberto, vestida de sol
a desnudar o chão da minha Várzea.
Eu sigo a seta,  sem fuga, contente,
E aproveito para compor
Esses simples versos, em êxtase!
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João Maria Ludugero

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2 comments:

  1. Beleza pura! Poema lindo de ler e viver... Maravilhoso. Att, Leide

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  2. Realmente, já li inúmeras vezes...
    Vou ler de novo.
    Vale a pena!
    Muito legal!
    JR

    ResponderExcluir

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